Por: Cacau Peres
Você tem aquele tradicional colar de 108 contas, conhecido por japamala, mas não sabe usá-lo? Não tem mistério algum. Basta que você passe as contas pelos dedos como se fosse um terço convencional.
Começamos pela primeira conta próxima à continha extra, que serve para indicar quando uma volta completa foi feita. Lembre-se que cada conta indica a repetição do mantra escolhido.
Para repetir um mantra, há três formas: em voz alta; baixinho em forma de sussurro; ou mentalmente. Faça a repetição em um ritmo normal, de preferência, acompanhando a respiração.
Posicione o japamala sobre os dedos médio, anelar e mínino da mão direita. O polegar se encarrega de fazer correr as contas do mala. O indicador não é usado. Se acaso for fazer mais que 108 repetições, basta virar o mala e começar a contagem novamente. Lembrando que as repetições podem ser 11, 24, 27, 54, 108 ou 1008.
Por Juliana Moraes
Objeto antigo de devoção espiritual, o Japamala é um rosário muito utilizado como marcador nas orações. Com ele, a repetição de um mantra torna-se mais suave, leve e sem interrupções. Afinal, a preocupação com a contagem fica em suas mãos: são tradicionalmente 108 contas que giram em torno de uma conta maior, a representante da divindade evocada. “Os ocidentais são muito focados na parte externa. Então, é importante um auxílio palpável, para que a pessoa consiga interiorizar a oração”, disse Jussara Rodrigues, professora de Yoga da Bioritmo.
Assim como o terço é utilizado no Catolicismo, no Budismo e no Hinduísmo, o Japamala é o elemento para a contagem dos mantras. Com ele, o poder de concentração na oração é maior, mesmo porque é preciso alcançar o ideal cabalístico – 108. “Um dos motivos é que a soma dele dá o número nove, sagrado para os hindus (1 + 0 + 8 = 9). As razões continuam, porque o alfabeto sânscrito é constituído de 54 letras ou fonemas masculinos, mais 54 femininos, somando um total de 108 fonemas e, na astronomia, o diâmetro do Sol é aproximadamente 108 vezes o tamanho da Terra”, afirmou a instrutora de Yoga Sandra Regina Galvão.
Ao rezar sempre com seu Japamala, você agrega energia espiritual nele, o que o torna um objeto sagrado que protege quem o usa. “Muitos adeptos utilizam o cordão no pescoço, pois nele já está contida a energia da devoção depositada”, disse Jussara Rodrigues.
Faça seu Japamala
Para Jussara Rodrigues, o Japamala não precisa ser confeccionado em um local sagrado, mas é essencial o respeito. “É um ato de energização. Por isso, deve ser feito com consideração, pois você não está aprendendo a fazer uma bijuteria. Ambientes calmos, silenciosos, íntimos, colaboram para o nível da concentração aumentar e, assim, a fabricação de algo tão especial não se torna em um ato automático, displicente”, afirmou.
A lista dos materiais utilizados para produzir um Japamala conta com cordão de linha de algodão, 108 sementes de açaí, madeiras ou pedras do mesmo tamanho (aproximadamente 10 milímetros para facilitar o manuseio) e 1 semente maior do mesmo material escolhido.
É muito simples produzir o seu próprio Japamala e os itens são facilmente encontrados. Basta pegar o cordão de linha de algodão, com o comprimento de aproximadamente um metro. Adicione as sementes, todas furadas no meio, para entrar no cordão. A cada conta aplicada, Sandra Galvão recomenda que seja dado um nó, para que, em caso de acidente, você não perca suas pedras.
Após a colocação das 108 contas, una as pontas do cordão e pegue a semente maior. Com ela, você passara as pontas unidas e fechará o seu Japamala. Essa pedra maior é chamada de Meru ou Guru, que é o objetivo da meditação. Para finalizar o seu Japamala, dê três nós fortes para que ele não solte. Você pode finalizar com um enfeite, fica a seu critério.
“O Guru representa o trajeto total e deve ser a última passagem a ser alcançada. Com o auxílio dessa ferramenta, a técnica fica mais focada, mas não impede que você disperse, pois a distração está em nossas mentes. Ele é apenas um apoio tátil”, comentou Sandra Galvão.
Mantras para entoar com seu Japamala
Existem vários mantras para executar com seu Japamala, tanto na mentalização quanto na verbalização. Aos principiantes, a meditação audível com o mantra universal OM é o mais convencional, pois com ele você controla o nível e a velocidade do som, percebe as vibrações e organiza a mente.
Passado o estágio inicial, mantras maiores podem ser entoados. Frases com pensamentos positivos, de amor e paz também fazem parte dessa técnica de meditação. Se você já tiver alcançado um bom nível de concentração, pode apenas mentalizar as frases que deseja que sejam realizadas.
“A persistência leva ao resultado. Se você meditar com o seu Japamala todos os dias no mesmo horário e no mesmo local, por cerca de 20 minutos, é possível trazer calma, distanciamento do mundo exterior, uma maior concentração, pois foi criada uma boa rotina para manter o ritmo do seu cérebro e corpo”, concluiu Jussara Rodrigues.
Extraído de http://yogajournal.terra.com.br/
Extraído de http://yogajournal.terra.com.br/
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